domingo, 28 de setembro de 2008

Em defesa do LHC

Compreender, ou tentar compreender o Universo não é fácil. Construir uma máquina com o LHC é um feito maravilhoso, que exigiu a perícia, o génio e o trabalho de uma multidão de cientistas e engenheiros esforçados, inteligentes, criativos e pacientes.
O LHC é provavelmente a máquina mais complexa e intrincada alguma vez construída, e os resultados que saírem das experiências irão, muito certamente, mudar a face do conhecimento científico.
Além disso, como aconteceu com a Ciência Espacial, permitirão, muito certamente, um desenvolvimento da tecnologia existente, que poderá beneficiar grandemente áreas como a Informática,a Medicina e a Física e a Engenharia em geral.

Recentemente ,houve um avaria.É natural, mesmo que desanimador. Como já referi, é uma estrutura massiva, gigantesca. Ninguém é perfeito e nem todos os erros se conseguem prever
.O que não tira mérito nem ao propósito nem à concepção do LHC, muito pelo contrário.

Obviamente, já houve quem, por esta avaria, condenasse o LHC ao fracasso. Quem acusasse os defensores e promotores desta maravilha da engenharia e da Ciência de ambição desmedida, prevendo assim o seu falhanço contínuo e permanente.
Esta atitude é uma apologia do obscurantismo e da ignorância, um produto do medo e da arrogância. De quem pensa que o conhecimento é perigoso, preferindo abdicar da Liberdade que ele nos dá pela falsa sensação de segurança que sentem sem ele:
Lá por não saberem o que se passa e o que acontece, não quer dizer que nada se passa e nada aconteça.

Quem toma esta atitude subestima a Ciência, os cientistas e os engenheiros , o esforço da Humanidade em geral, e a capacidade Humana de conhecer.
Não só o faz, como se coloca num perigo auto-induzido:
Porque só conhecendo a realidade, ou tentando conhecer realidade é que podemos tomar as atitudes e decisões que nos proporcionarão eficazmente uma vida feliz, segura, livre e satisfeita.
Para mais, o conhecimento e a informação que a era em que vivemos nos proporciona é um privilégio e um prazer que deveria ser apoiado por toda a Humanidade e não deveria ser negado a ninguém.



Este post é uma reacção ao comentário de Manuel Antunes na Visão nº 812, página 22, que critica a construção do LHC, devido aos problemas observados. Excerto:

"Um aparelho gigantesco, instalado num túnel de 27 quilómetros, algures na fronteira entre a França e a Suíça, tem sofrido problemas sucessivos. E diziam os cientistas que, com ele, poderiam decifrar o mistério da origem do Universo...A ambição do Homeme não tem limites, mesmo quando eles parecem ir além das suas capacidades. Como escreveu esta semana João César das Neves num jornal diário "deve ser horrível ser Deus". "

sábado, 20 de setembro de 2008

Para a Soraia

Este poema é para uma amiga minha que vai estudar para a República Checa:

Para a Soraia.

É uma vez um mundo novo
estendendo-se pela planície dos teus olhos.

Pelo teu desejo
fizeste mais do que muitos;
Conquistaste-o a pulso
numa terra nova.

Outras linguagens
cobrirão os teus sonhos.
Outros horizontes
passarão pela paisagem.

Mas viver num mundo novo
Não significa abandonares o antigo.

Porque agora a Terra fez-se tão pequena
que diminuir a saudade está apenas a um passo.

Portanto segue o sonho
para onde o sonho te levar.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ode a uma Desconhecida

Há no tempo apenas o teu sabor. No vento apenas o teu olhar. E para onde quer que olhe, para onde quer que vá, o teu sonho precede-me, desconhecida. O sonho de alguém acidental, de quem passa por entre a floresta de cheiros e palavras que pairam pela cidade.
É nessa floresta que nos enleamos os dois, vagueando deliciosamente pelas calçadas. Acidentalmente perdidos, até os sonhos chocarem e os olhares se cruzarem na mesma linha que percorre o princípio do luar ou o nascer do Sol.





Variação em poesia: Ode a uma Desconhecida

Ode a uma Desconhecida

Há no tempo
apenas o teu sabor.
Apenas os teus sonhos cantantes.

O Mundo pendente no som das tuas palavras,
dos teus desejos.

Não o Mundo;
Eu.

Talvez nunca te saiba,
Talvez nunca existas
a não ser em mim.

Não me estás destinada,
porque não há Destino
nem karma
nem nada.


Mas de tanta gente,
de tantos olhos percorrendo o Horizonte,
Algum olhar há de se cruzar com o meu.






Variação em Prosa:Ode a Uma Desconhecida

domingo, 7 de setembro de 2008

O Vento (Apontamento.)

O Vento

Corre o vento
nas veias do dia.

Corre,
aragem fria
estendendo os braços
arrepiando os poros
desenhando sorrisos
no orvalho matinal.




Este é um pequeno poema que se quer (que eu quero) maior. Enquanto não se escreve (enquanto não o escrevo), brindo-vos com esta introdução, de modo a colmatar as faltas de regularidade. Para breve está mais um post.

Ps: Não sei. Talvez o deixe assim, pequeno e conciso, alegre , sem o povoar de palavras talvez inúteis .
Logo se verá.