terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Amar o Mar

Sei a chuva que cai sobre o mar.
Estende-se a calçada para as ondas que revolvem a areia pálida.
Sentem-se os barcos, sonhos correndo na brisa das águas.
Ouve-se o canto da maresia, ritmo lento que rasga os gritos do cais e compassa com a agonia das gaivotas, rapinando peixes que trespassam o tumulto das correntes.
As nuvens, desfazendo-se no céu azul claro, deixam as últimas gotas desamparadas diluir-se no reflexo verde e branco.
E a Luz baila por entre o ar em raios que sulcam os ventos celestes, brilhando por entre o infinito, numa visão sem limites e sem palavras.
E continuam os barcos, ao longe, pequenos pontos opacos recortando a ternura furiosa das marés.

Navegar é preciso, viver também é preciso.

Sem comentários: