quarta-feira, 4 de junho de 2008

Alguns Sonhos.

Todos temos sonhos escondidos, que se escapam por entre os dedos como as cinzas do nascer da aurora.
Sonhos que ardem, tresmalhando-se aos poucos por entre os raios de sol ou a chuva tímida que banha, como orvalho, o despertar estremunhado por entre o som de uma nova manhã apressada.
Guardamo-los todos os dias entre os olhos, por entre os lábios, em sussurros inaudíveis. E vivemos todos os dias com esses sonhos entalhados na consciência.

E há quem os tenha e há quem os crie e há quem os viva.

Todos somos animais. Desde a primeira célula viva, dotada de animação e de capacidade de se reproduzir, até à complexa simbiose celular que nós somos, passaram milhões de anos.
Anos em que, por necessidade ambiental e selecção natural, as células se foram desenvolvendo através de mortes e cooperações. Até nos formarem, várias foram as espécies que morreram (Quase todas as espécies morreram.)
E cada um de nós está aqui por um golpe de sorte. Mas também por vigor.

Fomos construídos pelo tempo , pelo meio e pela urgência de viver , como castelos andantes , pensantes e sensíveis a cada desejo que nos percorre o corpo e vagabundeia pela mente .

E agora que sabem de onde vieram, sabem porque é que vieram?
Por nada.
Razão nenhuma.
A vida não tem um sentido absoluto, não tem razão exterior.
Mas tem razão interior. Cada sonho de cada um. O que consideramos essencial:

Família,
Prazer,
Sucesso,
Amor,
Liberdade,
Desejo
Fraternidade.

E ainda bem que não há razão exterior nem objectivo que sejamos obrigados a completar. Isso permite-nos escolher os nossos. Permite-nos viver de consciência tranquila e com um sorriso nos lábios, sem temer os castigos eternos.
Aceitar o que realmente é e aceitar o que não sabemos, é, assim, bem melhor que inventar desculpas e justificações mal formadas.

Portanto não se preocupem. Vivam e deixem viver. Desfrutem, pois só estamos cá uma vez, e, bem vistas as coisas, até é agradável.
E façam os outros desfrutar.

É isto que têm em comum os sonhos da Humanidade.

Sem comentários: