segunda-feira, 9 de junho de 2008

Escuta o som que vem do riacho.

Escuta-se, pelas janelas caiadas de branco e carmesim, o som do sol caindo entre o ciciar dos pinheiros. Sente-se a terra a revolver-se, fluida, entre mantos e mantos de magma flamejante, rios surdos correndo por entre os vales e montanhas das fronteiras telúricas. E, por cima da seda arenítica coberta pelas ervas que crescem lentamente, sentem-se as correntes do vento e o cantar dos pássaros, das andorinhas que voltam certas, como as flores que cobrem, certamente, as oliveiras estendidas pelos solos distantes, e as amendoeiras que nascem por entre as colinas das Serras , entrecortadas pelos arroios esquecidos e pelas sombras do entardecer.
E eles caminham, calmamente, com a sabedoria de quem não esqueceu o passado e a quem não aflige o futuro, aproveitando a brisa da tarde, por entre a melodia que se escapa do anoitecer e do Sol que brilha com esplendor.
E são felizes, pois sabem que viver é viver.

E nós também caminhamos, ou queremos caminhar.

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